E aí meus amigos, tudo bem? Hoje temos uma convidada ilustre aqui no mostardas!
(Se comportem, beleza?)
, vamo chegando, só encosta a porta pros gatos não fugirem e não repara a bagunça, tá? Água, café, bolinho?sue: estou muito LIJONJEADA por essa oportunidade, muito surpresa. mentira, a gente já tá combinando esse feat. há horas e só uma enchente e várias crises pra motivar a realização desse sonho. aceito um café e bolinho. água nem sei o que é isso.
Bom, "qual é a ideia?" vocês me perguntam, e eu bem-humorado (na frente da visita), te respondo de imediato *trazendo copo d’água também porque hidratação é saúde*:
li um texto da — excelente —
no começo do ano, da falta de árvores e de sombra na Orla do Gasômetro, sobre barulheira e falta de planejamento e aí do nada umas músicas indicadas e uns desabafos. Adorei! É um nível de RANZISMO refinado & aperfeiçoado & típico da pessoa que (infelizmente) não escuta Gusttavo Lima e/ou ainda não foi numa Chapada Fest.Mas brincadeiras à parte, de lá pra cá virei leitor assíduo e tô feliz demais em ter uma escritora-professora-doutora aqui na nossa turma. Gostei muito de como a Sue ri da desgraças ou desconfia das vitórias, apresentando poesia, cinema, literatura, música e tudo mais que há de qualité no mundo e nessa Porto Alegre em vertigem.
Acredito que além de servirem como ferramentas de memória, diálogo, conexão, resistência contra neoliberalismos, dopamina de TikTok, rotinas xexelentas e Lucianos Hucks, nossas news também trazem questões.
Quem somos, de onde viemos, pra onde vamos, qual motivo fez 'País do Futebol' do MC Guimê não ser a música da Copa de 2014, quantos Fernandos já passaram pela 'Fernando & Sorocaba', por que a réplica da taça Jules Rimet era guardada num cofre enquanto a original era exposta sem segurança alguma e como o Smilingüido se tornou o Mickey evangélico, são algumas das grandes perguntas existencialistas que nos tiram o sono e me pegam na curva do devaneio enquanto lavo louça e faço o arroz.
Muito papo e pouco conteúdo, vamos ao que interessa.
Sou um fã irremediável de 'top 3'.
"Ah mas arte não se classifica", "ah mas os rankings são excludentes", "ah mas não se pode pôr arte em caixinhas e rótulos".
aham aham show, beleza, vá lá.
sue!, a turma do mostardas gosta de listas e rankings (gostam, né?!), e há forma melhor de se apresentar falando de coisas que tu ama e odeia? Lógico que não. Então, te perguntarei alguns 'top 3', você me responde e devolve a questão.
Simples, certo? NEM TANTO! PREPARE(M)-SE!
vald: top 3 bandas que quase foram
sue: é isso, um top 3 demanda que as pessoas guardem coisas no coração. eu não sei se tenho um coração top 3, sou muito ancorada no presente (mentiiiiira). digamos que the corrs seja uma banda que quase foi, mas flopou e que gostava muito. tinha umas musiquinha nhenhenhém tipo only when I sleep, e o cover de everybody hurts que eu jamais colocaria pra tocar na finalera do domingo. um monte de banda “quase foi” nos anos 90, tinha aquela fastball com o hit the way (e a estética dos clipes do McG com cores estouradasssaasss). teve também o delírio chamado sugar ray e a música fly, cujo clipe também foi dirigido por McG. engraçado que nos anos 90 a gente sabia muito sobre diretores de clipes e sinto uma super nostalgia disso. bater o olho no clipe e reconhecer o responsável por transformar a ideia em imagem. jonathan dayton e valerie faris, por exemplo, dirigiram coisa muito da fina, a exemplo do inebriante tonight, tonight, do smashing pumpkins. mas o assunto desse top 3 não é direção de clipe. pronto, já deixei meus 2 centavos sobre o tema. próximooooo.
sue: top 3 coisas viciantes (que não sejam substâncias tóchicas)
vald: música, sobremesa e memes interior do sul do Brasil™.
3. tocar com banda de amigos pra outros amigos. quando todos começam a música estourando juntos os instrumentos NO TALO, a onda de som que inunda o espaço e bate na cabeça é realmente viciante. saudade DEMAIS de ficar 10 minutos na Paranoid do Sabbath, ver a turma tropeçando em pedaleira, cantando em microfone desligado ou errando a entrada do vocal de Last Nite.
2. chocolatinho Trento depois do almoço-janta, cabe aqui?
1. risada do Xinoca (sim.)
vald: top 3 filmes asiáticos
sue: vou ser super monotemática, além de desobedecer as regras e indicar quatro filmes asiáticos preferidos.
primeiramente, in the mood for love (o qual gosto de chamar de “QUERENDO COISINHA” ao invés do bleh amor à flor da pele) e 2046, de wong kar-wai. esses dois filmes são o puro suco da finesse imagética, do jogo entre ocultar/mostrar. a coisa começa pela escolha do figurino (os vestidoooooosssss, socoorrrooo!), a luz, os diálogos, a repetição da música. 2046 parece um sci-fi, mas vai além. lembro de ter anotado várias coisinhas do filme enquanto assistia.
outro que preciso recomendar é o the tenants, filme de yoon eun-kyoung. que assisti no fantaspoa desse ano, pouco antes do aPOAcalipse.
o último, também fruto desse festival lindo que essa cidade nos proporciona, é river, do diretor japonês junta yamaguchi. fui numa sessão comentada por ele e, meu deus, que filme hilário. ele também tem outro filme incrível, mas esse está na indicação oculta que ficou no hiperlink para o troço absurdo e fascinante no qual comento o festival.
sue: top 3 filmes da sessão da tarde que era permitido faltar à aula quando passavam
vald: um suco de amizade & artes marciais aqui, ok?
3. Sempre Amigos (dir. Peter Chelsom, 1998) — drama lindo sobre amiguinhos. lembro de assistir só uma vez e chorar copiosamente numa cena em que os guris precisam entrar num rio de noite e meio que dá errado (na minha memória). também lembro que nessa tarde comi um pacote inteiro de pão doce e vomitei depois dos comerciais no começo da parte 4 (minha mãe ficou de caaaara).
2. 3 Ninjas – Uma Aventura Radical (dir. Jon Turteltaub, 1992) — férias da escola, avô japonês, três netos americanos, intensivão de treinamento ninjutsu, FBI, máscaras fodas, sequestro e treinamento posto à prova. não quero nem pensar muito nele porque claramente foi tentativa full estereótipo de um novo Karatê Kid (que por si só já era). tá na Prime Video mas eu jamais irei ver outra vez.
1. As Tartarugas Ninja (dir. Steve Barron, 1990) — engraçado, roteirinho honesto, tartarugas show. simplesmente IMPERMEÁVEL E INOXIDÁVEL, cumpre o papel pro aluno que ficou em casa fingindo dor de cabeça e dor de garganta. se alguém falar que o ritmo é lento, tem cena desnecessária e parece bobo, vou ficar de cara (não lido bem com verdades). também disponível na Prime Video, dando play agora. ps: obrigação ver dublado.
sue: top 3 videoclipes dos anos 90
vald: demorei nesse, Jesus amado... excelente questão! sue, eu fui uma criança 90s sem computador e internet. o pouco de clipes que conseguia assistir era no finado ClipMania da Band ou por DVDs piratas que arrumava com colegas e amigos mais velho$. Logo, entenda que a padronização do meu top3 é produto do que tinha.
3. Skank - É Uma Partida de Futebol — não só estou vivendo uma fase completamente colorado das ideias (te odeio Inter), como preciso citar a beleza desse clipe. é realmente bem feito, direção foda, a banda no meio das torcidas e o pau torando entre os times de Minas. o Skank nunca errou (…errou muito, mas com certeza foi tentando acertar).
2. The Offspring - Pretty Fly (For A White Guy) — tocar esse riff caminhando na calçada e chegando na garagem pra ensaiar… talvez o momento badass mais desejado pelo Matheusinho 11 anos.
1. Crazy Town - Butterfly — talvez a maior obra audiovisual da década?
vald: top 3 luxos da vida
sue: não colocar o celular pra despertar. acho autoexplicativo esse prazer inenarrável, mas existe algo mágico e quase impossível em simplesmente não colocar o celular pra despertar. acordar apenas com o caminhão do lixo passando às seis da manhã, alguém ouvindo música clássica a todo pau às cinco da manhã, alguém saindo no soco 6h30 a sua vontade de não dormir mais. absolute cinema.
chegar em casa. de uns tempos pra cá, tenho ficado cada vez mais feliz por chegar em casa e olha que eu gosto do local onde trabalho. mas girar a chavezinha na porta não tem preço, chego a dar pulinhos de alegria.
poder compartilhar um texto com um amigo. por texto eu quero dizer uma risada, um café, um pedaço de bolo, uma CREMEIRA de sagu com merengue (teu preferido, né, matheus). sem brincadeira agora, papo reto, sério, serião: é muito bom encontrar pessoas pelo caminho da nossa vida que simplesmente gostam de compartilhar suas peculiaridades e interesses e estar aqui falando minhas coisinhas com tua galera, valdugs, é uma super honra. ter te conhecido também foi um daqueles presentões que todo mundo que vai pra uma cidade diferente gosta de receber. é um luxo ter com quem compartilhar um pouquinho da gente. acho que é isso :)
bah quéisso, sue! Muito obrigado, tenha certeza que é inteiramente mútuo! (depois dessa vou até guardar umas críticas que tinha anotado aqui… mas sagu...)
E CLARO, espero que além das indicações e curiosidades, você aí do outro lado da telinha (bem TV Globinho anos 2000) também tenha pensado nos seus top3 depois desse mergulho nostálgico-cultural-musical-vidareal. Comenta com a gente ali embaixo. Além de quebrar-gelo em conversas de bar, sempre dá pra adicionar um filme ou uma música nas playlists e estantes da vida.
É ISS—AH! antes da despedida, algumas categorias que ficaram de fora e — com certeza — valem reflexão: top 3 momentos bach, que loucura que você (tu) já viveu (viveste); top3 looks do Gusttavo Lima; top3 artistas subestimados e top3 jogadores da Copinha.
sue, volte sempre, já é de casa!
E agora sim: obrigado e até a semana que vem!
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Poxa, li até o final só pelo top3 jogadores da Copinha.
Amei